Fórmula E tem temporada "quase surreal" com Di Grassi brigando pelo título
Brasileiro é destaque em um campeonato que bate
recordes de competitividade
A temporada 2019
do Campeonato Mundial de Fórmula E vem se configurando como uma das mais
competitivas da história do automobilismo internacional de alto nível. Muito
além do fato de que nas sete primeiras corridas, pilotos e equipes diferentes
tenham conquistado a vitória – algo realmente difícil de ser repetido – os
números da tabela de classificação mostram que a competição deste ano é para
lá de especial. Apenas 25 pontos separam o 10º colocado ao líder do
campeonato. Apesar de a F-E ter se firmado pela extrema competitividade desde
sua primeira temporada, essa relação já foi há muito superada: a diferença
entre o primeiro e o 10º na sétima etapa de 2015 foi de 65 pontos. Nas demais
temporadas, essa distância foi ainda maior: 94 pontos em 2016, 99 em 2017 e
87 em 2018. A média é de 86 pontos, ou quatro vezes superior à diferença
atual. É nesse contexto extremamente competitivo e imprevisível que o
brasileiro Lucas Di Grassi luta pelo bicampeonato. Neste
sábado (27), o Campeonato Mundial realiza a oitava etapa, em Paris, dando
sequência à fase europeia da competição, iniciada na Itália há duas semanas.
O piloto da equipe Audi Sports Abt Schaeffler entra na pista com a missão de
conquistar pela segunda vez a vitória no e-Prix da França, uma façanha
alcançada pelo brasileiro em 2017, ano em que também se tornou campeão
mundial. O perfil extremamente competitivo e a marcante eficiência de Lucas o
credenciam como um dos candidatos mais respeitados do grid. “Esse é um
campeonato especial, que fica cada vez mais competitivo a cada corrida,
incrivelmente aumentando os possíveis candidatos a pole ou vitória cada vez
que terminamos uma corrida. É quase surreal, mas é assim que deve ser. Dentro
ou fora do cockpit, o que todos querem é ver esse nível de competição”,
resume Lucas Di Grassi, que atualmente está em quinto, a apenas sete pontos
do líder Jérôme D’Ambrosio (Bélgica, equipe Mahindra). “Como
resultado temos que trabalhar duro para nos manter no páreo. A equipe tem
feito isso e é por essa razão que estamos competitivos e sempre brigando por
pódios. Quem for campeão neste ano, realmente vai merecer o título”, continua
o brasileiro, que é um dos sete pilotos a vencer corrida em 2019. No e-Prix
do México, válido pela quarta etapa, Lucas chegou em primeiro depois de
ultrapassar o líder Pascal Wehrlein (Alemanha, equipe Mahindra) a poucos
metros da chegada, colocando o carro de lado e fora do traçado, em uma
manobra sensacional. O traçado
de Paris tem 1.920 metros de extensão e fica localizado entre alguns dos
monumentos mais emblemáticos da capital francesa – como o complexo monumental
Les Invalides, que abriga a tumba de Napoleão Bonaparte, e a Torre Eiffel.
“Aqui, como em outros traçados da F-E, a classificação para o grid terá papel
fundamental na corrida e vai determinar muita coisa da estratégia das equipes”,
explica Di Grassi. “Eu vou
estar no primeiro grupo novamente, o que certamente não é uma vantagem. Mas
ainda assim é possível brigar por uma vaga na super pole, a parte final do
classificatório que determina a ordem dos seis pilotos que vão largar na
frente. Esse é, então, nosso objetivo número um ao entrar na pista, de forma
a tentar uma boa posição de largada e construir uma estratégia que nos
permita chegar ao pódio. De qualquer forma, nesse campeonato apertado, o mais
importante é pontuar sempre, para se manter na briga pelo título”. A vitória
na sétima etapa, disputada em Roma (Itália), coube ao neozelandês Mitch Evans
(Panasonic Jaguar), que tornou-se o sétimo vencedor diferente na temporada.
Os demais vencedores e suas equipes são: Lucas Di Grassi (Audi), Jérôme
D’Ambrosio (Bélgica, Mahindra), António Félix da Costa (Portugal, BMW
Andretti), Sam Bird (Inglaterra, Envision Virgin), Edoardo Mortara (Suíça,
Venturi) e Jean-Eric Vergne (França, DS Techeetah). A oitava
etapa da temporada terá largada às 11h (de Brasília). A transmissão ao vivo
pelo canal Fox Sports inicia às 10h30. Antes, às 9h30, será exibido a sessão
classificatória, em VT. Confira a classificação após sete das 13 corridas: 1)
Jèrôme D’Ambrosio (Bélgica, Mahindra), 65 pontos; 2) António Félix da Costa
(Portugal, BMW Andretti), 64; 3) André Lotterer (Alemanha, DS Techeetah), 62;
4) Mitch Evans (Nova Zelândia, Panasonic Jaguar), 61; 5) Lucas Di Grassi
(Brasil, Audi Sport Abt Schaeffler), 58; 6) Jean-Eric Vergne (França, DS
Techeetah) e Robin Frijns (Holanda, Envision Virgin Racing), 55. |